Como o Catolicismo me salvou da doença do Esoterismo Moderno

por Bruno Maciel Teles

operegrinolvx@gmail.com

 

1. Como caí no Esoterismo Moderno

O título deste testemunho pode parecer chocante a algumas pessoas, mas é apenas o relato sincero de um católico que, pela Graça divina, conseguiu se salvar dos erros do Esoterismo Moderno.

Infelizmente, vivemos uma época confusa e relativista, onde tudo se apresenta como “certo”, e onde as pessoas são obrigadas a respeitarem até mesmo aquilo que é errado (do ponto de vista espiritual).

Sou nascido e criado como Católico. Durante toda minha infância ouvi ensinamentos da doutrina Católica que me foram passados por meus avós maternos, por quem fui criado. Minha primeira Eucaristia foi o inicio de minha jornada dentro do caminho espiritual católico: de forma ingênua, mas com bastante devoção (embora imaturo).

Após alguns anos de caminhada, senti minha fé enfraquecer por conta da curiosidade com doutrinas afastadas da Sagrada Tradição Cristã. Como muitos católicos brasileiros, acabei me desviando do Catolicismo, sucumbindo as objeções para as quais não tinha respostas aparentes. O racionalismo moderno havia enfraquecido minha fé…e naquele momento, não merecia ser chamado de “católico”, pois um católico autêntico não enfraquece sua fé diante das falácias da filosofia moderna.

Junte-se a isso, o fato de ter somado diversas decepções com as condutas de religiosos que observava em meu dia-dia. Então me afastei do Catolicismo e passei a caminhar em busca de experiências pessoais de natureza “esotérica”. Passei a pensar absurdos sobre o Cristianismo e a rejeitar a Santa Doutrina Cristã, tendo desdém até mesmo dos ensinamentos católicos que havia recebido durante toda minha vida, e que àquele momento me pareciam “estratégias de controle de massas”.

Após abandonar o Catolicismo, tentei encontrar algum bálsamo para meu vazio interior. Passei então a dedicar toda a minha atenção às questões mundanas: relações pessoais, meu trabalho, atividades artísticas, sociais e culturais, e aos grupos esotéricos dos quais passei a fazer parte.

Em pouco tempo, já frequentava Ordens Iniciáticas ligadas à doutrinas esotéricas diversas, como o teosofismo de Blavatsky, Thelema de Aleister Crowley, Rosacrucianismo Moderno e o Martinismo. Minhas esperanças foram depositadas em ensinamentos aparentemente “tradicionais”, e em discursos de caráter sobrenatural que me prometiam domínio sobre as paixões e crescimento espiritual. Porém…após estudar todos esses caminhos esotéricos por anos da minha vida, voltei a me decepcionar, pois vi que todos os ensinamentos esotéricos recebidos nas diversas Ordens Iniciáticas e grupos dos quais tinha feito parte, não resultaram em nada na minha vida.

A partir de então, após vagar durante anos sem rumo por correntes filosóficas e doutrinas ocultistas, senti falta de algo. Não sabia o que era esse algo: mas sabia que se tratava de alguma coisa que eu já conhecia. Foi então que a divina misericórdia do Pai Eterno fez-me ver que devia voltar ao local de onde nunca deveria ter saído: à Santa Doutrina Cristã!

Por isso, gostaria de entregar este testemunho a todos aqueles que encontram-se em dúvida em seu caminho espiritual…especialmente aos católicos que enfrentam dificuldades com sua fé.  Espero sinceramente que este humilde testemunho possa ajudar todos os buscadores que o lerem a discernir o verdadeiro do falso, e a conscientizarem-se de que nem tudo que se apresenta como “tradicional”, é realmente digno de confiança. 

 

2. O que experimentei de ruim no Esoterismo Moderno?

É importante falar um pouco agora, sobre as características que fazem do Esoterismo Moderno um beco sem saída. Toda a análise que será feita a partir daqui, será feita a partir das experiências pessoais que tive com as várias Ordens Iniciáticas e “grupos de estudo” esotéricos, durante os difíceis anos de minha vida em que estive afastado do Catolicismo.

Analisando a questão de forma simples, o pensamento esotérico moderno é perigoso e destrutivo para um buscador honesto. Não se trata aqui de um simples julgamento de valor, ou de uma opinião meramente pessoal. Quem já experimentou se envolver com “grupos de estudo” ou com Ordens Iniciáticas (assim como eu fiz) pode facilmente destacar algumas características importantes em todas essas instituições esotéricas:

a) Sincretismo espiritualista

b) Confusão doutrinária

c) Pensamento materialista

d) Pseudo-Cientificismo

e) Pensamento animista

f) Valorização de “segredos”

g) Relativismo

 

Gostaria de comentar brevemente cada uma dessas características nocivas da filosofia esotérica, com base em tudo que passei.

a) Sincretismo:  As instituições esotéricas modernas muitas vezes parecem não sabem nem o que significa o próprio termo “esoterismo”. Os discursos dos grupos são confusos, e as pessoas parecem estar anestesiadas em ideias que as instituições apresentam como se fosse “tradicionais” ou “sobrenaturais”. Por isso, os “grupos de estudo” esotérico e as Ordens Iniciáticas inventam conceitos próprios de “esoterismo”, que se encaixem em seus propósitos.

Como essas instituições não são tradicionais e não tem conhecimento espiritual aprofundado, não conseguem fazer uma síntese espiritual do que querem trabalhar…e  então juntam elementos de doutrinas distintas, formam verdadeiros “espantalhos espirituais”.

Presenciei vários grupos dos quais participava, misturarem elementos católicos (como imagens de Jesus Cristo, dos Santos e de Nossa Senhora) com elementos budistas, espíritas, judeus, pagãos, e até mesmo de doutrinas orientais (como o reiki).

Era também comum montar-se “rituais” sem coerência alguma, apenas com base nas opiniões pessoais dos chefes das instituições, estimulando os membros a realizarem “exercícios espirituais” que misturavam pitadas de religiões Afro-Brasileiras (como a Umbanda) enquanto se usava o terço mariano católico unido a beberagens indígenas e chá de ayhauasca.

A regra geral da filosofia esotérica moderna é montar “saladas mistas” de espiritualidade, propondo aos estudantes iludidos que experimentem o máximo de caminhos e filosofias que puderem. Todavia, quando os resultados obtidos são prejudiciais aos praticantes, toda a responsabilidade das práticas recai sobre o estudante, e nunca sobre as Ordens Iniciáticas e os grupos de estudo, que se afastam e deixam o estudante enfrentando suas dificuldades sem apoio nenhum. Vi isso ocorrer com frequência nos grupos por onde passei, onde certos estudantes adquiriam inclusive problemas sérios de saúde, “coincidentemente” após se aprofundarem nos exercícios propostos nas instituições…

Participei de um grupo martinista onde todo esse sincretismo era proposto aos membros e como exemplo de “diálogo inter-religioso”.

b) Confusão doutrinária: As instituições esotéricas modernas não conhecem doutrina nenhuma por completo. Diferente da Sagrada Tradição Cristã, que tem os ensinamentos católicos difundidos há milênios no Ocidente, as correntes esotéricas não possuem fundamentos teológicos ou metafísicos das religiões das quais tomam elementos para montar suas invenções.

Todo o Esoterismo Moderno é deliberadamente inventado: as correntes esotéricas modernas não são mensagens espirituais recebidas por revelação, e nem mesmo ensinamentos tradicionais. Trata-se pura e simplesmente de criações humanas recheadas de pensamento iluminista, e nascidas (quase todas) entre os séculos 18 e 19. Além disso, a pouca filosofia que as Ordens Iniciáticas apresentam a seus membros, é uma filosofia confusa e rasteira, que distorce os domínios místico e iniciático, propagando ideias mentirosas como a de que “a prática mágica possui caráter sobrenatural” (quando na verdade está ligada quase que necessariamente a interesses físicos).

Os praticantes de Esoterismo Moderno acham que a Religião é inferior a prática de magia, e que o trabalho religioso é na verdade um trabalho “subserviente” e “escravo”. Todavia, é comum que os “grupos de estudo” esotéricos (onde não se estuda nada, mas apenas se compartilham opiniões dos membros sobre quaisquer assuntos) estejam sempre cheios de pessoas que simplesmente parecem viver num “conto de fadas”, sem saber exatamente qual é o seu propósito de vida.

Os “grupos de estudo” esotérico muitas vezes não passam de reuniões de jovens desinteressados e confusos. É por isso que é comum os membros desses grupos serem quase sempre adolescentes, desempregados, com visual roqueiro e com discurso anti-católico. A produção de conhecimento nesses grupos é quase zero: as reuniões são feitas sempre em parques (para dar um tom alinhado à natureza), e as discussões giram em torno de qualquer assunto (menos questões espirituais aprofundadas): fofocas, brigas entre os membros, relatos pessoais, etc.

c) Pensamento materialista: O desejo primário do Esoterismo Moderno é por coisas físicas e materiais: busca-se “sorte”, “amor”, “fortuna”, “cura”, “proteção”.  As instituições esotéricas não se importam com Ascese, Mística, Teologia ou com Santificação; elas buscam o mundo fenomênico.

Os estudantes jovens de esoterismo são obcecados por fenômenos sobrenaturais. É comum nos grupos de estudo, ouvir-se falar de “visões do além”, “viagem astral”, “visão do mortos”, “presságios e adivinhações”, “sortilégios”, encantamentos e simpatias. Eles acreditam em tudo o que se pode inventar ou alegar: incorporações, médiuns, deuses pagãos que aparecem em meio a fumaças…e que  concedem “conhecimentos”, “segredos” e “poderes”.

d) Pseudo-Cientificismo: Para embasar sua grande “sabedoria” e “conhecimento”, as Ordens Iniciáticas apresentam teoria absurdas mascaradas de raciocínio científico. Assim, tentam vender a imagem de que o Esoterismo Moderno é “racional” e “dialoga” com o método científico, sendo na verdade, uma forma de “espiritualidade científica”.

O problema é que essa pseudo-cientificidade esotérica nunca apresenta provas concretas de seu discurso; e quando apresenta, essas provas carecem de embasamento científico. Tudo se resume a falácias.

É comum que os membros mais antigos das Ordens Iniciáticas (os “iniciados”) fiquem furiosos quando suas afirmações pseudo-científicas são contestatas. É comum também que eles usem (ou distorçam) estudos de certos cientistas famosos que se tornaram nomes comuns no pensamento esotérico moderno (como Jung), para tentar vender a ideia de que suas afirmações esotéricas já foram trabalhadas anteriormente por cientistas famosos.

e) Pensamento animista: O raciocínio esotérico atribui  “poderes mágicos” a objetos, como amuletos, estatuetas de divindades pagãs e talismãs consagrados a deuses não-cristãos. Pior que isso: afirmam que somente o paganismo pode oferecer esse tipo de manifestação, pois o Cristianismo seria uma “cópia” da filosofia pagã.

É comum que esses artefatos sejam tratados como provas da manifestação dessas entidades pagãs, que devem ser atraídas pela “força mental” dos praticantes.

f) Valorização de “segredos”: O meio esotérico moderno adora supervalorizar “ensinamentos” que consideram únicos, e que não podem ser compartilhados com os “profanos”. Por vezes, eu fiquei desconcertado quando via os grupos de estudo dos quais fiz parte, fazendo questão de se “esconderem” propositalmente  para não compartilhar “segredos iniciáticos” que pareciam não fazer diferença nenhuma na vida dos próprios membros…

O Esoterismo Moderno usa essa estratégia para tentar valorizar a si mesmo. Valorizando seus “ensinamentos”, vende-se uma ideia de que as Ordens Iniciáticas possuem algo não possuído pelo público geral: um pensamento completamente oposto à mensagem de Cristo, que quer difundir o Evangelho a todos os povos…

O pensamento esotérico inventa segredos e esconde tolices (como se tudo já não tivesse sido publicado) e como se aquilo que ele esconde fosse de fato algo importante ou um “segredo mortal”.

g) Relativismo: As Ordens Iniciáticas dizem que não há uma “doutrina espiritual correta” pois “tudo é certo”. Assim, no pensamento esotérico, tudo é aceitável: loucuras delirantes, mentiras deslavadas, calúnias contra a Religião, opiniões descabidas dos membros, idolatria a personalidades do meio esotérico (como Crowley, Blavatsky e Papus) e todo tipo de insanidade que se possa inventar.

Fica claro a qualquer um que isso não é um caminho espiritual, e sim um labirinto de loucuras. Era incrível a quantidade de estudantes envolvidos com esoterismo, que me pareciam ter problemas de autoestima, confiança, ou mesmo distúrbios psicológicos graves. As pessoas procuravam os grupos esotéricos com um desejo de serem aceitas, ou de se iludirem em alguma ideia espiritual fantástica (por sentirem remorso de alguma decisão espiritual errada que tomaram no passado).


Minhas experiências com o Esoterismo Moderno foram confusas, dolorosas e até certo ponto perturbadoras. Conheci pessoas nada sociáveis, confusas, egoístas, e chefes de grupos e instituições extremamente arrogantes (especialmente aqueles ligados à filosofia thelêmica). Por isso, meu retorno à Sagrada Doutrina Católica foi não apenas uma decisão espiritual, mas também uma decisão de saúde física e emocional. Me livrei das dúvidas e da confusão…e me reencontrei comigo mesmo.

Hoje, recomendo abertamente aos que me procuram pedindo informações sobre instituições esotéricas, que se afastem desses grupos e evitem manter contato com distorções filosóficas travestidas de “ensinamentos”. o Esoterismo Moderno é perigoso para a saúde mental e espiritual de qualquer buscador.

 

3. Por que a espiritualidade moderna é inferior a Sagrada Tradição Cristã?

Como foi constatado ao longo deste testemunho, a espiritualidade moderna não passa de uma teia de enganos e ideias confusas, inventadas por grupos que querem se promover e “substituir” a verdadeira Tradição Cristã a qualquer custo (KREEFT, 2008). A Sagrada Tradição, no entanto, tendo sido verdadeiramente revelada por Deus à humanidade, não deve ser comparada ao Esoterismo Moderno, o que seria algo completamente sem sentido diante da falta de consistência do pensamento esotérico).

Cristianismo e Esoterismo não são espécies do mesmo gênero e nem tem objetivos semelhantes. Na verdade, o pensamento esotérico moderno é fruto do raciocínio anti-cristão do Iluminismo, e por isso bebe diretamente desse anti-Cristianismo dos séculos 18 e 19.

Devo ser franco em dizer que ainda estou em processo de reconstrução de minha fé. Estou em busca da comunhão plena com a Igreja Católica, mesmo nos dias em que ainda me sinto árido para assuntos de Fé. Mas acima de tudo, me sinto hoje em paz comigo mesmo: sinto-me leve, saudável e feliz.

É inegável que no Magistério  Católico estão representados e conservados os elementos centrais da Fé Cristã em uma espiritualidade coesa e coerente (AGOSTINHO, 1996). Os preceitos e princípios que são universais, se tomados em sentido profundo, estão presentes na Metafísica do Catolicismo.

Não há comparação possível entre o verdadeiro e o falso, entre o transcendente (Catolicismo) e uma casca vazia que imita um caminho espiritual (esoterismo). Trata-se de duas substâncias sem ligação, e que dificilmente conseguem dialogar entre si.

 

4. Quando me dei conta que precisava voltar a Roma?

Conforme fui estudando e descobrindo que todo o edifício da espiritualidade moderna não passava de fumaça, fui tendo que reconhecer que tinha me equivocado bastante com minha impressão sobre a religião cristã tradicional. Foi quando encontrei o blog “Arte Magna”, e concluí que havia encontrado um caminho de retorno para a Santa Doutrina Cristã.

Esse blog foi uma indicação de um amigo de Facebook, sempre honesto e gentil para comigo. Ao ler os artigos do blog, fiquei confuso e me senti um pouco envergonhado por minha profunda ignorância e eventuais erros de pensamento que tinha cometido quando me afastei da Santa Doutrina Católica.

Uma coisa importante de dizer: me considero uma pessoa razoável, e não apoio fanatismos e nem relativismos. Não apoio maldades ou crimes cometidos por nenhuma autoridade política ou religiosa. Acredito que o Papa ou os padres que cometem crimes devem ser afastados e punidos pelos efeitos de seus atos, especialmente, se são decorrentes de uma traição da Fé (da qual deveriam ser exemplos e defensores). Ainda assim, não me considero um tradicionalista, e nem concordo com o exclusivismo e com a soberba que muitos católicos tradicionalistas brasileiros demonstram.

A verdade tem que ser defendida: a Igreja Católica Romana é o refúgio, o depósito da tradição revelada e sua principal representante. Desprezá-la e persegui-la é ignorar em que estado de queda se encontra o ser humano. Num momento de decadência profunda, moral e espiritual, precisamos defender Roma e conservá-la das heresias e dos infiéis. 

A igreja católica é a fundadora de nossa civilização e conservadora de nossa cultura, arte e de nossos fundamentos. Os escritos do blog “Arte Magna” me mostraram qual é a verdade desse combate exercido pela legitima espiritualidade do ocidente.

Reconheço que mudei diametralmente minha posição desde então: venho estudando Teologia e pesquisando em diversas fontes, sem me desviar dos fundamentos da Santa Igreja Católica. Desde então, venho tentando ao máximo possível, praticar os ensinamentos da Sagrada Tradição Cristã diariamente, a despeito de todas as dificuldades que encontro.

Peço a misericórdia e socorro de Deus, e agradeço as luzes que Ele põe em meu caminho para me dar coragem e direção!

Deus seja louvado!

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Este post tem 2 comentários

  1. Guilherme

    Parabéns pelo depoimento! Só não concordo essa afirmação em dizer que a doutrina Cristã foi a única religião revelada por Deus à humanidade. A tradição primordial ela têm no mundo todo. As religiões tradicionais fazem parte do mesmo tronco. Não Estou falando do esoterismo que foi citado acima, mas do tradicionalismo no mundo todo..

    1. Frater MF

      Guilherme, boa tarde!

      A ideia de que as religiões tradicionais fazem parte de um mesmo tronco, já é uma ideia esotérica: é uma ideia perenialista, divulgada por René Guénon e defendida pelos guenonianos na atualidade.

      A mensagem divulgada por Deus à humanidade foi revelada na pessoa de Jesus Cristo, homem perfeito e Deus perfeito. Nesse sentido, o Cristianismo é a única religião onde a mensagem do Pai Eterno ganhou corpo e se manifestou de forma visível no mundo, resguardada no Magistério Católico.

      O fato de existirem outras tradições não-cristãs (como a tradição judaica, a tradição pagã, a tradição greco-romana e a tradição egípcia), não significa que a Verdade seja relativa ou que todas as religiões tenham em si a mesma parcela de validade, Guilherme. Isso não significa também que essas tradições não-cristãs não tenham importância. Ao contrário: elas tiveram seu papel na história humana, adiantando aspectos da mensagem de Deus aos povos não-cristãos, antes da vida de Cristo ao mundo. O próprio Cristianismo absorveu elementos dessas tradições não-cristãs (especialmente das tradições judaica e greco-romana) na divulgação da mensagem de Cristo ao mundo. Porém, nem todos os povos pré-cristãos aceitaram a mensagem revelada pelo Pai Eterno, de forma plena.

      Tome cuidado com essas ideias perenialistas, Guilherme. A menos que você seja adepto do Esoterismo Moderno (que é relativista), quem estuda a Santa Doutrina Cristã por meio do Catolicismo não deve se iludir com as falácias modernas a respeito da Sagrada Tradição. Do ponto de vista católico, não existem “várias religiões tradicionais”: existe uma religião revelada e verdadeira (Cristianismo) e religiões que esboçaram aspectos da Verdade Divina antes do advento de Cristo.

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